sábado, 21 de abril de 2007

PENSANDO O PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR

A inclusão de alunos com NEE no ensino regular requer mudanças de conceituais, de valores, de percepção sobre a capacidade de aprendizagem dos nossos alunos. Nossas escolas, e ai lembro que a escola somos todos nós, tem que estarem abertas para vencer este desafio, temos que vencer os obstáculos através de um trabalho pedagógico cooperativo, embasado em bons referenciais teóricos, temos que acreditar que todos temos limitações e que ao mesmo tempo todos temos capacidade para aprender algo. Quanto aos alunos cegos, eles aprendem como os videntes apenas os canais sensoriais é que se diferenciam. O vidente tem a vantagem de perceber o mundo através da visão, e por esta razão de uma forma mais independente, mas o cego se contar desde cedo com alguém que lhe aparecente este mundo explorando o seu tato e sua audição será capaz de perceber sutilezas que alguns videntes custam muito a descobrir. Vejo que o grande problema das crianças que nascem cegas, e me refiro a crianças sem outras deficiências associadas, é justamente a falta de estimulação precoce, a falta de alguém que lhe “apresente” o mundo desde muito cedo. Normalmente estas crianças vão ter um contato mais efetivo com outras crianças, e um maior convivo social quando entram na escola, e muitas vezes esta é uma escola para crianças cegas, onde elas vão essencialmente conviver com crianças cegas, sendo privadas da rico troca de experiências com as crianças videntes. Na pesquisa que desenvolvo com duas crianças cegas percebo claramente a diferença entre o sujeito que tem um estimulo desde bebe e tem uma vida social ativa (participa de aniversários, tem amigos, etc) e o sujeito que tem um convício praticamente restrito a escola para crianças cegas a família.

Colegas deixo questões para reflexão e talvez discução:
“Será que uma criança cega não ganharia mais se frequentasse uma escola regular desde seus primeiros anos escolares, e apenas tivesse um atendimento de apoio para a estimulação e aprendizado do braille e soroba em um turno inverso?”

“O que perde uma criança cega quando é privada do convício com crianças videntes?”

"Como seria o nosso procedimento se recebêssemos uma criança cega em nossa sala de aula?"

Esta é apenas uma breve reflexão sobre a inclusão de alunos cegos em nossas escolas.
GiseleLima/RS

1 Comentários:

Blogger Eoil Júnior disse...

Para uma das tuas dúvidas eu encontrei um relato que pode ajudar, quanto a criança estudar em escola normal ou especializada.
http://www.bengalalegal.com/carlos.php
Quanto ao preconceito do professor ao receber em sua sala um aluno com deficiência, penso que o fato do professor não ter conhecimento nem treinamento para lidar com essa situação assusta o professor. Um pouco parecido com o sentimento vivido quando o professor tem que trabalhar no ambiente informatizado e não sabe operar um PC.

9 de maio de 2007 às 07:33  

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